quinta-feira, 31 de março de 2016

Deus e o Diabo na terra Brasil

Eis o artigo.
O Diabo é, na tradição cristã, a significativa encarnação do mal. O termo diz muito: diabolos, do grego, “aquele que divide”. Nesse sentido, enquanto Deus age para unir, harmonizar, trazer paz, o Diabo trabalha na oposição: divide, confunde, traz violência. Há variadas interpretações, religiosas e científicas, antigas ou modernas, de como se dá a existência deste mal encarnado.O que importa é como o significado do diabolos nos ajuda a refletir sobre divisões e a falta de paz que afligem o tempo presente no nosso país.
Entre elas está
  • a intolerância,
  • a aversão e a demonização do Outro Diferente, muito evocadas para explicar o fenômeno social que temos vivido no Brasil.
Ataques verbais e físicos experimentados em espaços públicos, registrados por escrito, em áudio e imagens nas mídias tradicionais e digitais, têm marcado posicionamentos e debates em torno da crise política em curso. Rótulos pejorativossão atribuídos para classificar quem se coloca de um lado ou de outro nas disputas políticas. Cores passam a ser expressão de disputa, como o verde e amarelo, o preto e o vermelho.
Em relação a esta última, pessoas que vestem roupas com a cor (historicamente associada a grupos contestatórios do status quo), ou fazem uso de acessórios com ela, são agredidas verbal e até fisicamente em público, ainda que não tenham qualquer posicionamento político.
Líderes políticos são hostilizados em espaços públicos, até mesmo em seus momentos particulares de lazer. A vida íntima de alguns deles é desvelada e oferecida em linchamento moral. Dizeres em manifestações políticas públicas e internéticas pregam a eliminação dos adversários, como um “Big Brother de verdade”, descartadas quaisquer possibilidades de diplomacia, de condução política e até de garantia de preceitos constitucionais, por meio de ações absolutas: tirar do cargo, prender, até mesmo matar.
A Presidente da República torna-se criticada não só por suas ações na governança do País, mas é (mais) atacada e ofendida por sua condição de mulher: “vaca”, “vadia”, são algumas das expressões mais amenas. Isto remete aos intensos casos desexismo e de homofobia vivenciados no dia-a-dia, que demandam urgente atenção às questões que envolve os gêneros no campo social, que é demonizado por muitos.
Somam-se a isto as frequentes manifestações de racismo: além de povoarem mídias sociais, há destacados casos em estádios e quadras de esporte e expressões explícitas nas páginas de mídias sociais de agressão até mesmo a celebridades.
Este “racismo nosso de cada dia” é enfrentado intensamente por negros e negras no seu cotidiano, na escola, no trabalho, na internet, nas abordagens policiais seletivas. Estas, não poucas vezes, resultam em mortes, insanamente aplaudidas. E aqui se agrega a celebração da possibilidade de lotar ainda mais os presídios brasileiros com adolescentes.
O conhecido ataque à menina Kailane Campos, em 2015, quando saía de um culto de candomblé no Rio, evidenciou uma situação de aversão religiosa. O que sempre foi uma realidade no Brasil passa a ocupar espaço nas mídias. E a maior incidência se refere às religiões de matriz africana, em estreita relação com o racismo.
Ódio na política, linchamentos morais, racismo, sexismo, homofobia, aversão à religião do outro: ações de aversão e intolerância em relevo no Brasil. Divisão, confusão e violência são suas marcas. Por isso são diabólicas. Age diabolicamente quem as promove e as pratica.
Nesse sentido, são diabólicas as grandes mídias, que, por meio de interesses econômicos e políticos das onze famílias que as controlam, negam ao público informação ampla e responsável, e tomam partido, incitando a confusão e promovendo ódio e negação do diálogo.
Estão também incluídas neste grupo, de forma contraditória, até mesmo lideranças religiosas que se apresentam como agentes de Deus e combatentes do Diabo, ocupando espaços políticos e midiáticos. Já alertava Jesus de Nazaré: “pelos frutos os conhecereis”. E os frutos que tais lideranças produzem na política, nas mídias, nas ruas, têm sido mais promoção de aversão e intolerância.
Mas sempre há chance de exorcizar o Diabo: expeli-lo do processo. Por isso há que se ter esperança da presença de pessoas e grupos, religiosos ou não, que atuam pela superação das ações diabólicas.
Tem muita gente em espaços públicos fazendo exorcismo
  • com a produção de espaços de paz e diálogo,
  • no oferecimento de fontes alternativas de informação, no chamado à paz com justiça.
Essas pessoas e grupos são, boa parte das vezes, invisíveis, por conta dos processos midiáticos diabólicos. A despeito disto eles/as estão por aí, como fermento na massa, tentando juntar e não dividir; tentando in-formar (dar forma/dar liga) e não de-formar.
Não vou nomeá-las desta vez. Deixo o desafio, para quem ler este texto, de fazer o exercício de lembrar quem são e se somar a elas. A paz com justiça agradece.
(versão revista e atualizada de texto publicado pela autora na coluna Religião, do jornal O Globo, 9 de julho de 2015)

domingo, 27 de março de 2016

PÁSCOA: FESTA DA ESPERANÇA

Por Professor Luciano


A ressurreição de Jesus é festa de esperança. A Páscoa de Jesus é também a nossa páscoa. A morte foi vencida, as trevas deram lugar à luz.

A festa da esperança é um momento propício para renovar as nossas esperanças. Não uma esperança qualquer, não uma esperança fútil, não uma esperança passageira, não uma esperança superficial.

A Ressurreição de Jesus nos traz uma esperança de mudança radical de vida; esperança de que este nosso mundo vai ser mais justo e fraterno; esperança de que os pobres deste mundo vão conseguir uma vida mais digna; esperança de que os imigrantes irão ser acolhidos como irmãos; esperança de que as armas do terrorismo se transformarão em ramalhetes de flores; esperança de que a política será um serviço à comunidade; esperança de que os que passam fome e sede serão saciados; esperança de que os presos serão ressocializados; esperança de que os doentes tenham um serviço de saúde decente; esperança de que a dignidade humana será resgatada.

A imortalidade conseguida para nós , por jesus, nos dá ânimo na grande batalha da vida terrena e peregrina do dia a dia. Saber que seremos cidadãos do Céu, porque Cristo já preparou as muitas moradas para nós, nos motiva a lutar por uma cidadania terrena mais fraternal e mais justa.

A vida eterna conquistada pelo amor de Deus por nós,sustenta a nossa esperança.

A festa da Páscoa é a festa da Esperança.

sexta-feira, 25 de março de 2016

PAIXÃO E MORTE DE JESUS, O NAZARENO

Por: Professor Luciano
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Hoje os cristãos celebram a Paixão e Morte de Jesus Cristo. Muito mais que um dia de consternação, de tristeza, de luto e de dor, hoje deve ser um dia de reflexão sobre o amor e a misericórdia de Deus para com seu povo.

Deus, em sua infinita bondade, entrega seu filho para derramar seu sangue na cruz em prol dos pecadores, da humanidade desordeira e hostil ao seu projeto salvífico.
Neste dia podemos refletir também sobre as ações de Cristo anteriores à cruz e que descambaram na árvore salvífica.

Jesus, o Nazareno, não era acovardado, tampouco era o valentão da Galileia. Jesus era O profeta de Deus, que anunciava um Deus de Amor, mas que sobretudo praticava o que anunciava: caminhava com pecadores, defendia ladrões,estava na companhia de mulheres, ressuscitava mortos ( em todos os sentidos), abraçava leprosos, discutia misericordiosamente com publicanos e doutores da lei.

Jesus, porém, denunciava os erros, apesar de não condenar os que erravam. Insistia na pessoa humana, embora não suportasse o pecado. "Vá e não peques mais".

Jesus, o Cristo,denunciava as raposas políticas e religiosas de seu tempo. Insistia que os sacerdotes deviam servir a Deus e ao povo e não aos seus próprios interesses; que os políticos deviam pastorear seu povo, como um bom pastor, que dá a vida pelas suas ovelhas; denunciava a hipocrisia dos fariseus, que eram especializados nas letras da Lei de Deus, mas que não faziam jus a ela na prática.
Aí está o porquê da morte de Cristo: a entrega do pai a a vingança dos homens. Duas atitudes que, embora divergentes, convergem para o mesmo propósito:a salvação da humanidade.

Hoje Jesus continua ao nosso lado, denunciando o pecado humano e as mazelas infringidas aos homens e mulheres desta terra, sobretudo os pobres e marginalizados; Jesus continua morrendo nos mártires que tombam e lavam com seu sangue os becos sujos e fétidos da humanidade excluída.

Jesus continua perseverante no convite aos políticos, sacerdotes que pastoreiem seu povo com amor e misericórdia.

Mas, a morte não tem a última palavra.

terça-feira, 22 de março de 2016

PADRE APELA AO PAPA FRANCISCO CONTRA O GOLPE NO BRASIL

PAIXÃO DE CRISTO E A POLÍTICA

Anselmo Borges, 19/03/2015
1. Jesus sabia que, a continuar nas suas palavras, atitudes e comportamentos, o que o esperava era a morte, condenado pelos poderes religiosos e políticos. Assim, realizou uma ceia, a Última Ceia: “Isto é o meu corpo”, “este é o cálice do meu sangue”. Aquele pão e aquele vinho são a sua pessoa entregue, para dar testemunho da Verdade e do Amor.
2. Judas era discípulo, mas sentiu-se enganado, porque Jesus não tomava o poder. Assim, entregou-o, tendo recebido trinta moedas de prata. Depois, perdido, enforcou-se. De que valera aquilo? Mas o dinheiro, em conluio com o poder político, continua a ser o móbil da entrega de milhões de inocentes à ignomínia e à morte.
3. Fora Caifás, o sumo sacerdote, que dera este conselho: “Interessa que morra um só homem pelo povo.” Tinha medo do poder dos romanos. Quantos inocentes não foram e são vítimas da razão de Estado ao longo dos tempos!
4. No Getsémani, Jesus entrou em pavor e angústia, pôs-se a rezar instantemente e suou sangue. Deus aparentemente não o ouviu, até os discípulos mais íntimos adormeceram. Todos, de um modo ou outro, fomos, seremos, confrontados com horas do horror da solidão mortal.
5. Jesus é condenado em primeiro lugar pela religião oficial, cujos sacerdotes viram os seus poderes e privilégios ameaçados. Do pior que há: viver à custa da religião e condenar à humilhação, à submissão e indignidade, à violência, à morte, utilizando o santo nome de Deus.
6. Pedro era um homem espontâneo, amigo e generoso. Tinha prometido que acompanharia Jesus para todo o lado. Seguiu-o de longe até à casa do sumo sacerdote. Aí, uma criada atirou-lhe: “Esse também estava com ele.”Pedro acobardou-se e negou o Mestre. Depois, recordou-se da palavra de Jesus: “Antes de o galo cantar, negar-me-ás três vezes.” “E, vindo para fora, chorou amargamente.”
Ainda hoje aparece por vezes um galo nas torres das igrejas lembrando o facto. Pedro foi o primeiro papa. A Igreja está assente na fé de Pedro, uma fé vacilante e sempre ameaçada. “Senhor, aumentai a minha fé.”
7. O conselho dos anciãos do povo, sumos sacerdotes e escribas levaram Jesus ao seu tribunal. Não tendo poder para o executar, entregaram-no a Pilatos, o governador romano, representando o império. Pilatos ter-se-á apercebido da inocência de Jesus.
Mas, ao ver que os judeus se não calavam e que podiam acusá-lo ao imperador, lavou as mãos e mandou crucificá-lo. Pilatos é talvez o nome mais repetido ao longo dos séculos, porque está no Credo. Lavou as mãos, proclamando inocência. Mas elas estão manchadas pelo sangue de um poder cobarde. Ainda hoje se diz de alguém que se encontra num lugar indevido: “Está ali como Pilatos no Credo.”
8. A multidão gritava: “Crucifica-o, crucifica-o.” No Domingo de Ramos, tinha aclamado Jesus: “Hossana, hossana ao filho de David!” Não se pode confiar nas multidões: são volúveis, interesseiras, manipuláveis. No fim, preferiram Barrabás.
9. Ao saber que Jesus era galileu, Pilatos remeteu-o a Herodes, que se encontrava naqueles dias em Jerusalém e que tratou Jesus com desprezo. Herodes e Pilatos ficaram amigos, pois antes viviam em mútua inimizade. Interesses comuns, políticos, económicos e outros, podem levar ao corte de relações ou à amizade. Mas será amizade mesmo?
10. Simão de Cirene foi obrigado a carregar com a cruz. Na via dolorosa da vida, também há cireneus, gente que apoia, por vezes até forçada. Mas apoia.
11. Os soldados riram-se, fizeram chacota e imensa troça de Jesus. Afinal, a sua própria vida não era feliz.
12. As mulheres, talvez porque são mais cuidadoras da vida e amem mais, foram as únicas que não fugiram e estiveram sem medo junto à cruz.
13. Mesmo no final e na suprema dor, os seres humanos comportam-se de modo diferente. Também foram crucificados dois malfeitores: um continuou a blasfemar, o outro reflectiu e pediu a Jesus que se lembrasse dele no seu Reino. O centurião deu glória a Deus: “Realmente este Jesus era justo.”
14. No total abandono, Jesus perdoou a quem o matava, e rezou, a gritar, perguntando, aquela oração que atravessa os séculos: “Meu Deus, meu Deus, porque é que me abandonaste?” Deus não disse nada, mas Jesus continuou a confiar: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.”
15. Depois, os discípulos fizeram a experiência avassaladora de fé de que este Jesus crucificado está vivo em Deus, e acreditaram, porque Deus é Amor. Nasceu assim a esperança para todas as vítimas da história. Mas é em Sábado que vivemos: entre o horror da Sexta-Feira e a esperança do Domingo da Páscoa.

sábado, 19 de março de 2016

Dino defende articulação pelo estado democrático


Governador do Maranhão vê com preocupação o crescimento de nuances fascistas e defende que processo de impeachment seja conduzido dentro da legalidade

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Flavio Dino e Claudio Lembo no evento de CartaCapital

O governador do Maranhão, Flávio Dino, defendeu hoje uma articulação em defesa do estado democrático de direito como forma de reestabelecer a estabilidade política. A partir desta reconquista, o governador defende a construção de uma nova agenda para estimular a retomada do crescimento econômico.

Na sua visão, o modelo de crescimento via aumento do consumo se esgotou e é preciso que agora ele venha da igualdade de oportunidades, pela educação, e na equidade tributária. "Ainda sequer falamos de fato sobre imposto sobre herança e grandes fortunas", afirmou. Dino participou hoje do Diálogos Capitais Fórum Brasil: Como retomar o crescimento, realizado por CartaCapital.
Durante sua fala, Dino fez um diagnóstico ponto a ponto da situação atual, afirmando que o crescimento das nuances fascistas é preocupante. Para enfrentar esse quadro, o governador defende a contenção dos grupos violentos por parte do estado, que o processo de impeachment seja conduzido dentro da legalidade e da constitucionalidade e que os abusos judiciais sejam contidos.
"No processo do impeachment a acusação se restringe apenas às pedaladas, mas a comissão já está abençoando as delações. E o Judiciário não pode agir de acordo com os sentimentos das ruas", enfatizou.
O advogado e ex-governador de São Paulo, Cláudio Lembo, é mais contundente e classificou como "patético" o atual momento político do Brasil. "Está se repetindo o que a oligarquia sempre fez, que é se incomodar com a ascensão de quem estava embaixo", disse. Lembo falou também sobre a desigualdade da informação, onde só um grupo fala o que quer e há uma desinformação total para a formação da opinião pública.
Lembo criticou ainda o Ministério Público que, na sua opinião se tornou um "rei absolutista", que faz o que quer sem responder por nada. "O Judiciário tomou aspectos messiânicos. O Brasil perdeu toda a compostura." O ex-governador falou também sobre as forças que hoje tentam derrubar o governo e criticou especialmente a oligarquia paulista, que "não quer progresso social". Por fim, Lembo falou da fragilidade dos partidos e da falta de ideologia. "É difícil viver nesse momento", desabafou.
Para o economista e colunista de CartaCapital Luiz Gonzaga Belluzzo a crise abre uma compreensão das condições atuais de resistência do estado democrático de direito e expõe as raízes profundas da desigualdade e da rejeição ao outro.
Para Dino o atual governo tem ainda condições de se sustentar desde que ele não se torne um "alvo fixo", pois é preciso se "movimentar", propor ações e fazer com que a economia ajude a estabilizar a política. Dino pediu ainda a ajuda dos "democratas sinceros" para quebrar o atual jogo do Judiciário e as condições normais possam ser retomadas.
"Mais que possível, é necessário, pois a consequência disso [fim do governo] é muito alta. E sinto falta de um centro político mais equilibrado", afirmou.
Para Lembo, com boa articulação será possível evitar o impeachment. Ele acredita também que uma reação por parte da imprensa e demais instituições internacionais pode ajudar a reverter o quadro, pois o impeachment é sempre uma violência e não pode ser usado como via de um golpe político
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segunda-feira, 14 de março de 2016

DEPUTADA LUIZA ERUNDINA NO PSOL

Luiza Erundina: bem-vinda ao PSOL
Neste domingo (13), o PSOL recebeu com grande entusiasmo a filiação da deputada federal Luiz Erundina (SP), em evento na capital paulista com as direções municipal e estadual do estado, o deputado Ivan Valente, vereador Toninho Vespoli e diversos militantes do partido.
A filiação da histórica deputada, que saiu do PSB e se dedica também à construção do RAIZ – Movimento Cidadanista, se deu após diversas conversas entre Erundina e a bancada do PSOL na Câmara dos Deputados e a Direção Nacional.
Erundina, que será a segunda deputada federal do partido (Luciana Genro exerceu mandato até 2010), soma-se à bancada federal e, junto ao líder Ivan Valente, representará o estado de São Paulo.
A proximidade política de Luiza Erundina com o PSOL não é de hoje. A deputada é parceira de longa data do partido em temas como a Reforma Política, a democratização da mídia, os direitos das mulheres e a educação.
Repercussão

sábado, 12 de março de 2016

CNBB divulga nota sobre o momento atual do Brasil

No texto, os bispos recordaram a necessidade de buscar o exercício do diálogo e do respeito
A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nesta quinta-feira, 10, durante coletiva de imprensa, nota sobre o momento atual do Brasil aprovada pelo Conselho Permanente, reunido de 8 a 10 deste mês, na sede da Conferência, em Brasília.
Na nota, a CNBB manifestou preocupações diante do momento atual vivido pelo país. “Vivemos uma profunda crise política, econômica e institucional que tem como pano de fundo a ausência de referenciais éticos e morais, pilares para a vida e organização de toda a sociedade”.
Ainda no texto, a Conferência recordou a necessidade de buscar, sempre, o exercício do diálogo e do respeito. “Conclamamos a todos que zelem pela paz em suas atividades e em seus pronunciamentos. Cada pessoa é convocada a buscar soluções para as dificuldades que enfrentamos. Somos chamados ao diálogo para construir um país justo e fraterno”, declara em nota.
Íntegra da nota:
NOTA DA CNBB SOBRE O MOMENTO ATUAL DO BRASIL
“O fruto da justiça é semeado na paz, para aqueles que promovem a paz” (Tg 3,18)
Nós, bispos do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil–CNBB, reunidos em Brasília-DF, nos dias 8 a 10 de março de 2016, manifestamos preocupações diante do grave momento pelo qual passa o país e, por isso, queremos dizer uma palavra de discernimento. Como afirma o Papa Francisco, “ninguém pode exigir de nós que releguemos a religião a uma intimidade secreta das pessoas, sem qualquer influência na vida social e nacional, sem nos preocupar com a saúde das instituições da sociedade civil, sem nos pronunciar sobre os acontecimentos que interessam aos cidadãos” (EG, 183).
Vivemos uma profunda crise política, econômica e institucional que tem como pano de fundo a ausência de referenciais éticos e morais, pilares para a vida e organização de toda a sociedade. A busca de respostas pede discernimento, com serenidade e responsabilidade. Importante se faz reafirmar que qualquer solução que atenda à lógica do mercado e aos interesses partidários antes que às necessidades do povo, especialmente dos mais pobres, nega a ética e se desvia do caminho da justiça.
A superação da crise passa pela recusa sistemática de toda e qualquer corrupção, pelo incremento do desenvolvimento sustentável e pelo diálogo que resulte num compromisso entre os responsáveis pela administração dos poderes do Estado e a sociedade. É inadmissível alimentar a crise econômica com a atual crise política. O Congresso Nacional e os partidos políticos têm o dever ético de favorecer e fortificar a governabilidade.
As suspeitas de corrupção devem ser rigorosamente apuradas e julgadas pelas instâncias competentes. Isso garante a transparência e retoma o clima de credibilidade nacional. Reconhecemos a importância das investigações e seus desdobramentos. Também as instituições formadoras de opinião da sociedade têm papel importante na retomada do desenvolvimento, da justiça e da paz social.
O momento atual não é de acirrar ânimos. A situação exige o exercício do diálogo à exaustão. As manifestações populares são um direito democrático que deve ser assegurado a todos pelo Estado. Devem ser pacíficas, com o respeito às pessoas e instituições. É fundamental garantir o Estado democrático de direito.
Conclamamos a todos que zelem pela paz em suas atividades e em seus pronunciamentos. Cada pessoa é convocada a buscar soluções para as dificuldades que enfrentamos. Somos chamados ao diálogo para construir um país justo e fraterno.
Inspirem-nos, nesta hora, as palavras do Apóstolo Paulo: “trabalhai no vosso aperfeiçoamento, encorajai-vos, tende o mesmo sentir e pensar, vivei em paz, e o Deus do amor e da paz estará convosco” (2 Cor 13,11).
Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, continue intercedendo pela nossa nação!
Brasília, 10 de março de 2016.

Dom Sergio da Rocha, Arcebispo de Brasília-DF, Presidente da CNBB
Dom Murilo S. R. Krieger, Arcebispo de S. Salvador da Bahia-BA, Vice-Presidente da CNBB
Dom Leonardo Ulrich Steiner, Bispo Auxiliar de Brasília-DF, Secretário-Geral da CNBB

sexta-feira, 11 de março de 2016

Pedido de prisão de Lula pelo MP-SP agride o Estado Democrático de Direito, é ideológico, frágil e partidário

Pedido de prisão de Lula pelo MP-SP agride o Estado Democrático de Direito, é ideológico, frágil e partidário
*Ivan Valente
O pedido de prisão preventiva do ex-presidente Lula representa a transposição de uma barreira. Ao sustentar seu pedido em pressupostos ideológicos conservadores, onde movimentos sociais são vistos como agressores a serem criminalizados, onde críticas justas feitas ao Judiciário (inclusive por juristas reconhecidos) são tomadas por conspiração e onde o direito de se defender é considerado insuflação à luta de classes, aqueles promotores dão mostras de partidarismo e despreparo. O agravante é que com esta atitude desmoraliza investigações que deveriam ser sérias e punir doa a quem doer.
Mas o que sobrou evidente é que a manifestação deles mostra-se absolutamente imprudente porque fingem desconhecer calendários políticos e com sua frágil base legal desconhecer consequências sociais dos seus atos.
Temos apoiado todas as ações de combate à corrupção. Na operação Lava Jato, na CPI da Petrobras, no combate ao financiamento empresarial de campanha, raiz da corrupção, como está demonstrado. Mas, não podemos concordar com atos arbitrários e facciosos que politizam investigações. E nesse caso não passou despercebido que o objetivo dessa proposta é insuflar as manifestações do dia 13 de março, só que trazendo consigo os componentes do ódio, da intolerância e da radicalização.
Promotores, magistrados e policiais devem zelar pelo devido processo legal, evitar a espetacularização midiática nos processos e garantir o direito de defesa. É isso que confere legitimidade às investigações e um apoio popular incontestável.
A entrevista e a decisão dos promotores de São Paulo é um desserviço à própria justiça, um incentivo à polarização política e um prejuízo à apuração imparcial dos fatos. Defendemos a total liberdade de manifestação e organização e um país em que predomine a ética na política, tudo dentro do Estado Democrático de Direito.
*Deputado Federal do PSOL/SP e líder da bancada na Câmara dos Deputados.

quinta-feira, 10 de março de 2016

HUMBERTO COUTINHO É REELEITO PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO MARANHÃO

O deputado Humberto Coutinho (PDT) foi reeleito presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão na manhã desta quinta-feira (10), em sessão extraordinária. Os deputados elegeram ainda a Mesa Diretora da Casa para o biênio 2017-2018.

 
Dos 42 deputados, 38 participaram da eleição no Plenário Nagib Haickel, e em votação unânime, o presidente da Casa, Humberto Coutinho (PDT), foi reeleito para comandar a ALEMA por mais dois anos.
 
Confira a Mesa:
 
Presidente: Humberto Coutinho
 
1º vice-presidente: Othelino Neto
 
2º vice-presidente: Fábio Macedo
 
3º vice-presidente: Josemar de Maranhãozinho
 
4º vice-presidente: Adriano Sarney
 
1º secretário: Ricardo Rios
 
2º secretário: Stênio Resende
 
3º secretário: Zé Inácio
 
4º secretário: Nina Melo

Fonte: Blog do Clodoaldo

terça-feira, 8 de março de 2016

CARLINHOS MARANHÃO É EXONERADO DO CARGO EM BRASÍLIA


O líder comunitário e ativista político Luiz Carlos Ferreira, o Carlinhos Maranhão, natural de Matões (MA) e morador da cidade de Timon (MA), na Região dos Cocais, também foi exonerado da Secretaria de Saúde do Distrito Federal há alguns dias atrás.  

Carlinhos deverá ocupar uma assessoria especial na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (CODEVASF), no Maranhão. Enquanto isso, ele está aguardando a nomeação ser confirmada pelo órgão. 

domingo, 6 de março de 2016

FLÁVIO DINO E AS SEMENTES DO FUTURO

Todo o Maranhão conhece a importância do Instituto Federal (IFMA), presente em dezenas de nossas cidades. Agora o Governo do Estado começa a estender o sucesso desse modelo para outros municípios. Para isso, neste segunda-feira terei a alegria de inaugurar as primeiras unidades do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão. Começando a operar em São Luís, Bacabeira e Pindaré-Mirim, o IEMA é a primeira iniciativa do governo estadual, na história do Maranhão, para oferecer educação técnica integrada ao ensino médio em tempo integral.
As primeiras vagas serão oferecidas nos cursos de Eventos, Informática, Meio Ambiente e Serviços Jurídicos, em São Luís; Administração, Logística e Mineração, em Bacabeira; e Agropecuária, Recursos Pesqueiros e Serviços Jurídicos, em Pindaré-Mirim. Os cursos refletem a vocação de desenvolvimento de cada região. As próximas unidades também terão cursos adaptados à realidade de cada município.
Até 2018, ainda inauguraremos novos IEMAs em outras 20 cidades maranhenses. Nas unidades que inauguramos, os cursos garantem, além da formação técnica, a possibilidade de o aluno sair preparado para concorrer a uma vaga em universidade. É uma forma de democratizar o acesso ao ensino superior, ao mesmo tempo em que incentivamos o desenvolvimento de nosso estado e a inclusão social de milhares de jovens.
Essa iniciativa vem somar-se a outras políticas na área da educação, como o PreUni que preparou mais de 20.000 estudantes para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Também investimos na educação básica, área em que a ação principal foi o concurso realizado para contratação de docentes. Homologado, ele representa mais 1.270 professores nas variadas disciplinas da educação básica, além de 230 profissionais da educação especial. Esse aumento do corpo docente impactará em um incremento da qualidade de ensino ao nosso povo.
Além do conteúdo, garantido com investimento em recursos humanos, o Governo do Maranhão tem trabalhado para superar tristes atrasos com os quais convivemos na infraestrutura. Para extirpar de nosso estado a vergonhosa herança das escolas de taipa, criamos o programa Escola Digna, pelo qual já estão em fase de contratação ou construção unidades de alvenaria que substituirão as precárias estruturas de palha e barro nas cidades com pior IDH de nosso estado. Ainda merecem destaque as 65 escolas que estão em processo de reforma neste momento, após décadas de imenso e criminoso abandono.
Com o IEMA, o Maranhão deixa o patamar zero em educação profissional e tecnológica na rede estadual. E aumenta nossa aposta na educação como alavanca para um desenvolvimento qualificado.
Por isso, também tenho pleiteado junto ao Ministério da Defesa a possibilidade de parceria do ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica) com nossas instituições de ensino, para criar cursos que aproveitem o fato de nosso estado sediar a que é a potencialmente melhor base aeroespacial do mundo, o Centro de Lançamento de Alcântara.
Juntos, esses programas vão dar outra cara à educação maranhense. E estão deixando nossa juventude preparada para construir uma nova realidade em nosso estado. O protagonismo desses jovens será fundamental para melhorar a realidade do Maranhão.