segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

PASTORAL DA IGREJA CATÓLICA LANÇA NOTA DE REPÚDIO AO SENADOR ROBERTO ROCHA

 A Comissão Pastoral da Terra alerta para o risco de despejo de 68 famílias que vivem na comunidade Vila Bela/ entre os municípios de Igarapé do Meio /Bela Vista. A CPT-MA teme a expulsão das famílias/ tendo em vista que as terras em questão são interesse do senador Roberto Rocha.



As famílias ocupam uma área de 1. 200 hectares/ onde existe uma imensa lagoa. Algumas famílias trabalham há mais de quatro décadas na área - tem direito a propriedade  da terra segundo o Instituto do Usucapião - plantando mandioca/ feijão/ fava/ batata/ verdura/ além de criação de porco/galinha.


Rocha usou a licença de 4 meses do mandato de Senador para dedicar-se as questões jurídicas pendentes no Maranhão. Segundo a CPT a área reivindicada por Rocha em epígrafe já provocou o assassinato do posseiro Edmar Sousa do Nascimento/ morto em emboscada em fevereiro de 2015.  


A CPT diz : "a nossa preocupação quanto ao despejo aumenta/ pelo fato da terra/ em questão/ ser do interesse do senador socialista Roberto Rocha". O medo da influência do senador Roberto Rocha na Justiça endossa a minha preocupação/ quanto a dezena de ações criminais movidas contra a minha pessoa. 

Espero que Rocha não consiga seu desiderato por meio de influência na Justiça contra as 68 famílias de posseiros de Igarapé do Meio/ Bela Vista. Da mesma forma acredito no julgamento isento/ imparcial nas ações movida contra minha pessoa. Quanto a emboscadas : me errem.

Farei comparativo da atuação de Roberto Rocha/ José Sarney no Senado. Ambos usaram/ usam os cargos para grilar terras na Capital/Municípios. Sarney ficou conhecido como o Senado da Maguary - uma fazenda que ele grilou. Roberto tem a invasão do terreno da PM na Capital e esta em comento. 

Triste começo/fim de Roberto Rocha no Senado.


A Comissão Pastoral da Terra (CPT) vem a público alertar para o risco de despejo de 68 famílias que vivem na Comunidade Vila Bela, entre os municípios de Igarapé do Meio e Bela Vista. Elas ocupam uma área de 1.200 (mil e duzentos) hectares, onde existe uma imensa lagoa.
Algumas famílias trabalham há mais de quatro décadas na área e lá tem plantação de arroz, milho, mandioca, feijão, fava, batata, verduras, além de criação de porco e galinha.
Sobre essa terra, existe uma ação de despejo movida contra “Edimar Sousa do Nascimento e outros”, o mesmo Edimar que foi assassinado, em uma emboscada, em fevereiro de 2015.
Nossa preocupação quanto ao despejo aumenta pelo fato da terra, em questão, ser de interesse do senador Roberto Rocha (PSB-MA).



A Comissão Pastoral da Terra (CPT) vem a público alertar para o risco de despejo de 68 famílias que vivem na Comunidade Vila Bela, entre os municípios de Igarapé do Meio e Bela Vista. Elas ocupam uma área de 1.200 (mil e duzentos) hectares, onde existe uma imensa lagoa.
Algumas famílias trabalham há mais de quatro décadas na área e lá tem plantação de arroz, milho, mandioca, feijão, fava, batata, verduras, além de criação de porco e galinha.
Sobre essa terra, existe uma ação de despejo movida contra “Edimar Sousa do Nascimento e outros”, o mesmo Edimar que foi assassinado, em uma emboscada, em fevereiro de 2015.
Nossa preocupação quanto ao despejo aumenta pelo fato da terra, em questão, ser de interesse do senador Roberto Rocha (PSB-MA).
São Luís, 26 de janeiro de 2017
Comissão Pastoral da Terra

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

O PT E AS ESQUERDAS: CONQUISTAS E DESAFIOS

Depois do Golpe contra a democracia brasileira , projetado pelos setores ultraconservadores nacionais e internacionais , quando da derrubada da presidenta Dilma Roussef, é hora de fazermos um balanço da esquerda brasileira e, sobretudo do PT.

Precisamos lembrar que o PT foi a força política mais relevante dos últimos 12 anos, sobretudo pela, outrora impossível, missão de colocar no centro do debate e das decisões, os excluídos e, mais do que isso, realizar a redistribuição da renda brasileira.

o PT realizou com êxito o enfrentamento da política neoliberal, que exclui e mata os pobres e pequenos da sociedade, enfrentando políticas dos EUA, Europa, Japão e muitos países da América Latina.

O PT priorizou a política social , a integração regional e resgatou o papel ativo do Estado brasileiro. Diferentemente, o que se vê hoje é a prioridade ao "ajuste fiscal", prioridade dada ao Tratado de Livre Comércio com os EUA e a política do Estado mínimo.

O PT compreendendo os tempos que estamos vivendo, fez alianças, inclusive com empresários, alianças homogeneizadas, contra a política neoliberal, mas sem cair na estratégia atrasada da esquerda radical de "classe contra classe". Insistir na política de isolamento político em virtude de uma ideologia retrógrada, que não deu certo em lugar nenhum do mundo seria de uma tremenda ignorância intelectual.

Essa forma de fazer política, possibilitou uma profunda radicalização democrática social no Brasil na era PT, com distribuição de renda e crescimento econômico,com soberania na política externa ( não atrelado aos interesses dos EUA).

Por outro lado, a falta de uma política de verdadeira democratização dos meios de comunicação e de ruptura com o Capital Financeiro especulativo tornou o PT refém dos meios de comunicação controlados pela elite econômica e que sempre combateu a esquerda no poder, culminando como golpe dado.

O tema da corrupção foi instrumentalizado pela direita e pelas elites econômicas para destruir um projeto inclusivo, porém foi um tema que não foi devidamente enfrentado pelo PT, esse erro tem de ser combatido exemplarmente.

O saldo, porém, é altamente positivo. Muitas conquistas para os excluídos vieram.
Agora é hora do PT e da esquerda repensar o seu papel e seguirem lutando por uma sociedade mais justa e fraterna.


Por Professor Luciano Matias, Licenciado em Filosofia e Pedagogia.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Estudo alerta que apenas 8 homens possuem a mesma riqueza que a metade mais pobre do mundo

 EcoDebate - 14/01/2017 Resultado de imagem para Estudo alerta que apenas 8 homens possuem a mesma riqueza que a metade mais pobre do mundo
Apenas oito homens possuem a mesma riqueza que os 3,6 bilhões de pessoas que compõem a metade mais pobre da humanidade, de acordo com um novo relatório publicado pela Oxfam, apresentado hoje na reunião anual de líderes políticos e empresariais em Davos. O documento Uma economia humana para os 99% mostra que a diferença entre ricos e pobres aumenta a cada edição do estudo, numa velocidade muito maior do que a prevista.
Os 50% mais pobres da população mundial detêm menos de 0,25% da riqueza global líquida. Nesse grupo, cerca de 3 bilhões de pessoas vivem abaixo da “linha ética de pobreza” definida pela riqueza que permitiria que as pessoas tivessem uma expectativa de vida normal de pouco mais de 70 anos.
A reportagem é publicada por EcoDebate, 13-01-2017.

“O relatório detalha como os grandes negócios e os indivíduos que mais detêm a riqueza mundial estão se alimentando da crise econômica, pagando menos impostos, reduzindo salários e usando seu poder para influenciar a política em seus países”, afirma Katia Maia, diretora executiva da Oxfam no Brasil.
Os números da desigualdade foram extraídos do documento Credit Suisse Wealth Report 2016. (Veja link abaixo.) Segundo a organização, 1 em cada 10 pessoas no mundo sobrevive com menos de US $ 2 por dia.
 
Top, left to right: Michael Bloomberg, Mark Zuckerberg, Jeff Bezos, Carlos Slim Helu. Bottom, left to right: Larry Ellison, Warren Buffett, Amancio Ortega, Bill Gates

 Em cima : Michael Bloomberg, Mark Zuckerberg, Jeff Bezos, Carlos Slim Helu.   Em baixo ->: Larry Ellison, Warren Buffett, Amancio Ortega, Bill Gates 


1º – Amancio Ortega (Zara): US$ 79,1 bilhões// 2º – Bill Gates (Microsoft): US$ 78,4 bilhões// 3º – Jeff Bezos (Amazon): US$ 67,3 bilhões // 4º – Warren Buffett (Berkshire Hathaway): US$ 67,3 bilhões// 5º – Mark Zuckerberg (Facebook): US$ 56 bilhões// 6º – Larry Ellison (Oracle): US$ 51,23 bilhões// 7º – Michael Bloomberg (Bloomberg LP): US$ 51,2 bilhões//      8º – Carlos Slim Helu (telecom): US$ 51,1 bilhões
No outro extremo, a ONG prevê que o mundo produzirá seu primeiro trilhardário em apenas 25 anos. Sozinho, esse indivíduo deterá uma fortuna tão alta que, se ele quisesse gastá-la, seria necessário consumir US$ 1 milhão todos os dias, por 2.738 anos, para acabar com tamanha quantia em dinheiro. O discurso da Oxfam em Davos também mostrará que 7 de cada 10 pessoas vivem em países cuja taxa de desigualdade aumentou nos últimos 30 anos.
“Entre 1988 e 2011, os rendimentos dos 10% mais pobres aumentaram em média apenas 65 dólares (US$ 3 por ano), enquanto os rendimentos dos 10% mais ricos cresceram uma média de 11.800 dólares – ou 182 vezes mais”, aponta o documento.
“A desigualdade está mantendo milhões de pessoas na pobreza, fragmentando nossas sociedades e minando nossas democracias. É ultrajante que tão poucas pessoas detenham tanto enquanto tantas outras sofrem com a falta de acesso a serviços básicos, como saúde e educação”, reforça Katia Maia.
O relatório destaca ainda a situação das mulheres que, muitas vezes empregadas em cargos com menores salários, assumem uma quantidade desproporcional de tarefas em relação à remuneração recebida. O próprio relatório do Fórum Econômico Mundial (2016) sobre as disparidades de gênero estima que serão necessários 170 anos para que as mulheres recebam salários equivalentes aos dos homens. Segundo o texto, as mulheres ganham de 31 a 75% menos do que os homens no mundo.
A sonegação de impostos, o uso de paraísos fiscais e a influência política dos super-ricos para assegurar benefícios aos setores onde mantêm seus investimentos são outros destaques do documento da Oxfam.

Uma Economia Humana para os 99% – Outras conclusões do Relatório da Oxfam (Davos, 2017)

• Desde 2015, o 1% mais rico detinha mais riqueza que o resto do planeta.[1]
• Atualmente, oito homens detêm a mesma riqueza que a metade mais pobre do mundo.[2]
• Ao longo dos próximos 20 anos, 500 pessoas passarão mais de US$ 2,1 trilhões para seus herdeiros – uma soma mais alta que o PIB da Índia, um país que tem 1,2 bilhão de habitantes.[3]
• A renda dos 10% mais pobres aumentou em menos de US$ 65 entre 1988 e 2011, enquanto a dos 10% mais ricos aumentou 11.800 dólares – 182 vezes mais.[4]
• Um diretor executivo de qualquer empresa do índice FTSE-100 ganha o mesmo em um ano que 10.000 pessoas que trabalham em fábricas de vestuário em Bangladesh.[5]
• Nos Estados Unidos, uma pesquisa recente realizada pelo economista Thomas Pickety revela que, nos últimos 30 anos, a renda dos 50% mais pobres permaneceu inalterada, enquanto a do 1% mais rico aumentou 300%.[6]
• No Vietnã, o homem mais rico do país ganha mais em um dia do que a pessoa mais pobre ganha em dez anos.[7]
• Uma em cada nove pessoas no mundo ainda dorme com fome[8].
• O Banco Mundial deixou claro que, sem redobrar seus esforços para combater a desigualdade, as lideranças mundiais não alcançarão seu objetivo de erradicar a pobreza extrema até 2030.[9]
• Os lucros das 10 maiores empresas do mundo somam uma receita superior à dos 180 países mais pobres juntos.[10]
• O diretor executivo da maior empresa de informática da Índia ganha 416 vezes mais que um funcionário médio da mesma empresa.[11]
• Na década de 1980, produtores de cacau ficavam com 18% do valor de uma barra de chocolate – atualmente, ficam com apenas 6%.[12]
• A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que 21 milhões de pessoas são trabalhadores forçados que geram cerca de US$ 150 bilhões em lucros para empresas anualmente.[13]
• As maiores empresas de vestuário do mundo têm ligação com fábricas de fiação de algodão na Índia que usam trabalho forçado de meninas rotineiramente.[14]
• Embora as fortunas de alguns bilionários possam ser atribuídas ao seu trabalho duro e talento, a análise da Oxfam para esse grupo indica que um terço do patrimônio dos bilionários do mundo tem origem em riqueza herdada, enquanto 43% podem ser atribuídos ao favorecimento ou nepotismo.[15]
• Mulheres e jovens são particularmente mais vulneráveis ao trabalho precário: as atividades profissionais de dois em cada três jovens trabalhadores na maioria dos países de baixa renda consistem em trabalho vulnerável por conta própria ou trabalho familiar não remunerado.[16]
• Nos países da OCDE, cerca de metade de todos os trabalhadores temporários tem menos de 30 anos de idade e quase 40% dos jovens trabalhadores estão envolvidos em atividades profissionais fora do padrão, como em trabalho por empreitada ou temporário ou empregos involuntários em tempo parcial.[17]
• A edição de 2016 do relatório anual do Fórum Econômico Mundial sobre as disparidades de gênero revela que a participação econômica de mulheres ficou ainda mais baixa no ano passado e estima que serão necessários 170 anos para que as mulheres recebam salários equivalentes aos dos homens.[18]

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Seduc divulga resultado final do Concurso Interno para Ampliação de Jornada

Secretaria de Educação do Governo do Estado do Maranhão

A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) divulgou, nesta quarta-feira (11), o resultado final do Concurso Interno para Ampliação da Jornada de Trabalho (Edital 006/2016). Ao todo, mil professores da Rede Estadual de Ensino foram classificados no certame, após a análise dos recursos, e atuarão com jornada ampliada nos 217 municípios maranhenses.
Participaram do concurso 3.252 docentes de todo o estado nos diferentes componentes que compõem a estrutura curricular da Rede.
Regulamentada pelo governador Flávio Dino, por meio do Decreto nº 31.538 de 2016, a medida é uma ação inédita do Governo do Maranhão, representando uma conquista histórica para os professores e alunos da Rede, pois permite a complementação do quadro de docentes antes do início do ano letivo.
Para o Secretário de Estado da Educação, Felipe Camarão, a ampliação da jornada docente é um compromisso do Governador Flávio Dino pela valorização do profissional docente, permitindo-lhe estender a jornada conforme seu interesse e necessidade. “É um importante avanço na educação do Estado, porque além de ser uma reivindicação antiga da categoria, garante a inserção de professores qualificados no quadro, proporcionando educação digna aos nossos alunos”, enfatizou o secretário.
Para consultar o resultado da interposição de recursos o candidato deverá acessar o link:

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

O golpe parlamentar como assalto ao bem comum


07/01/2017

Um dos efeitos mais perversos do golpe parlamentar, destituindo com razões juridicamente questionáveis pelos juristas mais conceituados de nosso país e também do exterior, foi impor um projeto econômico-social de ajustes e de modificações legais que significam um assalto ao já combalido bem comum. O golpe foi promovido pelas oligarquias endinheiradas e anti-nacionais que usaram um parlamento de fazer vergonha por sua ausência de ética e de sentido nacional, que por ele pretendem drenar para seu proveito a maior fatia da riqueza nacional. Isso foi denunciado por nomes notáveis como Luiz Alberto Moniz Bandeira, Jessé Souza, Bresser Pereira, entre outros.

Está em curso um desmonte da nação. Isto significa a implantação de um neoliberalismo ultraconservador e predatório que praticamente anula as conquistas sociais em favor de milhões de pobres e miseráveis, tirando-lhes direitos com referencia ao salário, ao regime de trabalho e das aposentadorias além de reduzir e até liquidar com projetos fundamentais como a Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Luz para Todos, o FIES e outros institutos que permitiam o acesso aos filhos e filhas da pobreza ao estudo técnico ou superior.

Mais que tudo, começou-se a leiloar bens coletivos como partes da Petrobrás e a colocação à venda de terrras nacionais. A privatização significa sempre uma diminuição do bem de interesse geral que passa às mãos do interesse particular. Atacam-se ao que se chama hoje de “direitos de solidariedade” que submete os interesses particulares ao interesses coletivos e comuns.

Estão sendo erodidas as duas pilastras fundamentais que historicamente construíram o bem comum: a participação dos cidadãos (cidadania ativa) e a cooperação de todos. Em seu lugar, a atual ordem imposta pelos que perpetraram o golpe, enfatiza as noções de rentabilidade, de flexibilização, de adaptação e de competividade. A liberdade do cidadão é substituida pela liberdade das forças do mercado, o bem comum, pelo bem particular e a cooperação, pela competitividade.

A participação e a cooperação asseguravam a base do interesse e do comum. Negados esses valores, a existência de cada um não está mais socialmente garantida nem seus direitos afiançados. Logo, cada um se sente constrangido o garantir o seu. Assim surge um individualismo avassalador, acolitado por ondas de ódio, de homofobia, de machismo e de todo tipo de discriminações.

O propósito dos atuais gestores, já reconhecidos como incompetentes, alguns até embecilizados é: o mercado tem que ganhar e a sociedade deve perder. Ingenuamente creem ainda que é o mercado que vai regular e resolver tudo. Se assim é por que vamos construir o bem comum? Deslegitimou-se o bem-estar social e o bem comum foi enviado ao limbo.

Mas cabe denunciar: quanto mais se privatiza mais se legitima o interesse particular em detrimento do interesse geral além de enfraquecer o Estado, o gerenciador do interesse geral. Estão nos impondo um killer capitalismo. Quanto de perversidade social e de barbárie vão aguentar os movimentos sociais, aqueles que da pobreza estão sendo jogados para a miséria, os partidos de raiz popular e a inteligentzia brasileira com sentido de nação e de soberania de nosso pais?

Esclareçamos o conceito de bem comum. No plano infra-estrutural o bem comum é o acesso justo de todos aos bens comuns básicos como à alimentação, à saúde, à moradia, à energia, à segurança e à comunicação. No plano social é a possibilidade de levar uma vida material e humana satisfatória na dignidade e na liberdade num ambiente de convivência pacífica.

Pelo fato de estar sendo desmantelado pela atual ordem injusta, o bem comum deve agora ser reconstruido. Para isso, importa dar hegemonia à cooperação e não à competição e articular todas as forças comprometidas com o interesse geral a resistir, a pressionar e a ganhar as ruas.

Por outro lado, o bem comum não pode ser concebido antropocentricamente. Hoje desenvolveu-se a consciência da interdependência de todos os seres com todos e com o meio no qual vivemos. Nós enquanto humanos, somos um elo, embora singular, da comunidade de vida e responsáveis pelo bem comum também desta comunidade de vida. Não podemos vender nossas terras nem deixar de delimitar os territórios indígenas, os donos originários de nosso país nem descuidar do desmatamento desenfreado da Amazônia como está ocorrendo agora.

Nós humanos, possuimos os mesmos constituintes físico-químicos com os quais se constrói o código genético de todo o vivente. Dai se deriva um parentesco objetivo entre todos os seres vivos como o tem enfatizado o Papa Francisco em sua encíclica sobre a ecologia integral. Por isso cuidar e defender a natureza é cuidar e defender a nós mesmos, pois somos parte dela. Em razão desta compreensão o bem comum não pode ser apenas humano, mas de toda a comunidade terrenal e biótica com quem compartimos a vida e o destino.

Cooperação se reforça com mais cooperação, pois aqui reside a seiva secreta que alimenta e revigora permanentemente o bem-comum, atacado pelas forças que ocuparam o Estado e seus aparelhos no interesse de poucos contra o bem comum de todos os demais.

Leonardo Boff é articulista do JB on line e escreveu: De onde vem? o Universo, a Terra, a vida, o espírito, Mar de Ideias, Rio.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Valdenito Almeida: A crise da democracia representativa no Brasil

Ainda não conseguimos vivenciar a democracia participativa, e já estamos vendo a democracia representativa envolvida na sua maior crise da história do Brasil, e nos obrigando a lutar pela sua recuperação. E a crise da democracia representativa, não é expressa somente quando o povo e os (as) trabalhadores (as) deixam de acreditar no voto, quando expressa que não acredita no político e na política, ela se revela também, quando o poder legislativo trabalha na direção de substituir o voto popular.
Veja por exemplo, as atitudes destruidoras do sistema democrático, externada pelo STF (supremo tribunal federal), pelo MPF (ministério público federal) e pela PF (policia federal), quando a todo o momento, e abertamente, de forma proposital, atropela a clausula pétrea da constituição brasileira, que diz: “todo poder emana do povo e em seu nome será exercido”.
Por isso a nossa principal tarefa é a de conceber a defesa da democracia representativa como prioridade absoluta. Não dá pra gente ver o Ministério Público agindo como se fosse governo, exigindo demissões, contratações, definindo critérios para contratação de servidores públicos etc e tal. É certo que não dá pra dar carta branca para o poder executivo fazer o que quiser e como quiser, mas também não dá para aceitar a ingerência do poder legislativo, no poder executivo, haveremos de encontrar um meio termo. E o debate desta pauta quem tem de fazer é o PT, na linha de que governa quem foi eleito (a) para governar.
O PT precisa fazer uma campanha sobre a importância do voto, precisa mostrar que o voto é absoluto, e que é através do voto, que a gente escolhe o país que queremos.
E o mais grave, pela primeira vez no Brasil, a tese de não respeitar a constituição, não respeitar os direitos adquiridos e o conceito internacional de que todos são inocentes até que se prove ao contrário, encontra apoio popular, tanto no que diz respeito ao atropelo á constituição, quanto nas tarefas de desmontar o maior partido operário, desmoralizar o (a) eleitor (a) e desconstruir o Lula que é a maior reserva de representação popular e operária da política brasileira.
Ora, se nenhuma das instituições acima citadas emana do voto popular e estão tirando, concedendo mandatos legislativo e executivo, e de lambuja, na medida em que define a quantidade de cargos de confiança e estabelece critério para contratar servidor, interferem diretamente na gestão do poder executivo, então, estamos falando de uma enorme agressão á democracia construída através do voto, que, diga-se de passagem, é muito mais do que uma afronta ao voto, chega ser uma aberração.
E, no que diz respeito ao Lula, a situação é ainda mais grave, é visível a olho nu que o status quo neoliberal está trabalhando estrategicamente para tirar a possibilidade de uma possível candidatura, em tese, quando transformaram o Lula que é inocente, em réu, já construíram a possibilidade dele não ser candidato, é a maléfica pró-atividade para proteger o capital especulativo e a extrema-direita operando e se movimentando com toda sua carga de maldades.
Não temos dúvidas, que todo esse imbróglio que envolve o parlamento brasileiro, o STF, o MPF, a PF e a grande maioria da mídia, faz parte de um jogo que entrará para a história do povo e para a história dos (as) trabalhadores (as) brasileiros (as), como um trabalho sob encomenda e predatório ás nossas riquezas, que foi encabeçado pelo PSDB/DEM/PPS/ e setores do PMDB, objetivando confiscar direitos dos (as) trabalhadores (as) e do povo, aumentar lucros, entregar empresas públicas e doar o pré-sal e falir empresas nacional para tirar o USA da crise.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

O Brasil pode ter em breve padres casados

Padres casados 3
Christa Pongratz-Lippit – 30/12/2016
Tradução: Orlando Almeida
O Papa Francisco poderá atender brevemente o pedido especial dos bispos brasileiros de permitir que padres casados ​​retomem o seu ministério sacerdotal, disse o teólogo da libertação Leonardo Boff numa entrevista ao jornal alemão Kölner Stadt-Anzeiger, em 25 de dezembro.
“Os bispos brasileiros, especialmente o amigo íntimo do papa, o cardeal Claudio Hummes, solicitaram expressamente ao papa Francisco que consinta aos padres casados ​​do Brasil retornar ao seu ministério pastoral” – disse Boff. “Ouvi recentemente que o papa quer atender este pedido – como uma fase preliminar experimental, por enquanto  limitada ao Brasil”.
Com os seus 140 milhões de católicos, o Brasil precisa de pelo menos 100 mil sacerdotes, mas ele tem apenas 18.000, o que é uma “catástrofe”, disse Boff. “Não é de admirar que os fiéis estejam indo para as igrejas evangélicas ou pentecostais em massa, pois eles estão preenchendo o vácuo do pessoal. Se os milhares de sacerdotes que se casaram fossem autorizados a praticar de novo o seu ministério, este seria um primeiro passo para melhorar a situação, mas ao mesmo tempo também um impulso para que a igreja se liberte dos grilhões do celibato”.
Rito parcial da benção solene ministrada pelos Padres Casados sobre o jubilado
Rito da benção solene ministrada pelos Padres Casados de Manaus sobre o colega Vitório Cestaro, no jubileu de sua ordenação, em outubro de 2009
O falecido Cardeal Paulo Evaristo Arns, com o qual Boff (foto ao lado)  estudou teologia, sempre foi muito aberto sobre esta questão, disse Boff. Sempre que Arns notava padres casados ​​nos bancos, convidava-os a subir ao altar e concelebrar com ele, dizendo: “Eles ainda são sacerdotes e continuarão sacerdotes!”.
No que se refere às reformas internas da igreja, é possível que o papa tenha mais surpresas na manga, disse Boff.
“Ainda recentemente, o cardeal Walter Kasper, que é muito próximo ao Papa, disse que poderíamos esperar algumas grandes surpresas brevemente. Então, quem sabe, talvez possamos esperar mulheres diáconos?”
Francisco procurou a reconciliação com os mais importantes representantes da teologia da libertação, o dominicano Pe. Gustavo Gutiérrez, o jesuíta Pe. Jon Sobrino e ele próprio, disse Boff.
“Francisco é um de nós. Ele fez da teologia da libertação propriedade comum da igreja e, além disso, estendeu-a”, disse Boff. “Quem fala dos pobres hoje em dia também deve falar do nosso planeta Terra, que está sendo saqueado e profanado. Escutar os gritos dos pobres e de toda a torturada criação. É isto que é principalmente novo em ‘Laudato Si’ ‘”.
Segundo Boff, Francisco pediu ao teólogo [a ele, Boff] que lhe enviasse material para ser usado na encíclica ambiental, “‘Laudato Si’, sobre o Cuidado pela Nossa Casa Comum”. Francisco ligou e agradeceu a Boff no dia anterior à publicação da encíclica em maio de 2015.
Boff admitiu que Francisco está sofrendo uma feroz oposição dentro de suas próprias fileiras, “particularmente dos EUA.”
Francisco - Padres casados
Francisco visita Famílias de Padres casados em Roma – Dezembro/2016
O cardeal americano Raymond Burke, junto com o cardeal alemão Joachim Meisner, , escreveu “mais uma vez” ao papa,  disse Boff que chamou Burke de “Donald Trump da Igreja Católica”. Mas ao contrário de Trump, disse Boff, Burke agora foi “posto de lado” na Cúria Romana. Burke e Meisner eram dois dos quatro cardeais que enviaram a Francisco uma carta, tornada pública em novembro, questionando o ensinamento do papa na sua exortação apostólica ‘Amoris Laetitia’.  Alguns interpretaram a carta, assim como alguns comentários públicos de Burke, como acusando Francisco de heresia, embora Burke tenha negado ter feito tal acusação.
“A forma como Burke se comportou é incomum, embora não absolutamente sem precedentes no curso da história da igreja”, disse Boff. “Pode-se criticar o papa e discutir com ele. Eu próprio fiz isso com bastante frequência. Mas que cardeais acusem publicamente o papa de difundir uma teologia errônea, para não dizer heresia, é demais. Isso é uma afronta que um papa não pode tolerar”.
 Christa Pongratz-Lippitt, entrevista com Leonardo Boff
é a correspondente austríaca da revista católica semanal The Tablet, com sede em Londres].