terça-feira, 19 de dezembro de 2017

JESUS NASCEU PARA DESCRUCIFICAR

Porque será mantida a cruz como símbolo cristão, quando o que Jesus procurava era, precisamente, descrucificar?
Frei Bento Domingues, O.P.-16/12/17
1. Estamos na quadra litúrgica do Advento, mas tudo parece encenado e polarizado apenas pela memória do nascimento de Jesus, alimentando um terno imaginário da infância,
  • com alguma e passageira solidariedade, própria da estação,
  • sem, no entanto, tocar nos alicerces da sociedade.
  • É como se nada estivesse para acontecer.
Os textos das celebrações do Advento vão, pelo contrário, noutra direcção:
  • é hoje que podemos acolher a graça da nossa transformação interior
  • que nos associe, de forma activa, às mais diversas iniciativas sociais, culturais e políticas
  • da construção de uma cultura da justiça e da paz, a nível local e global.
O Espírito do Natal é Aquele que suscitou o canto subversivo de Maria de Nazaré.
As preocupações com as indispensáveis reformas das “cozinhas eclesiásticas” da Igreja,
  • se não estiverem centradas no estilo da prática história de Jesus Cristo
  • e nas urgências dos mais carenciados das nossas sociedades,
acabam por nos fazer esquecer que somos nós, a Igreja, que precisamos de reforma permanente.  
Frederico Lourenço – a grande figura portuguesa da cultura bíblica fora das sacristias – recorda-nos que os Evangelhos têm, ainda hoje, em 2017, o potencial para mudar o mundo para radicalmente melhor. Sublinha comovido:
“Jesus Cristo, com as palavras que lhe são atribuídas nos quatro evangelhos, é a figura que mais me interessa. Continuo a achar que, independentemente de ele ter dito aquelas palavras ou não, elas são as coisas mais extraordinárias que foram ditas à face da terra. Por exemplo, quando leio para mim o Novo Testamento estou num mundo maravilhoso que é só meu e me preenche muito, animicamente, espiritualmente. Apesar de ser um linguista crítico-histórico, não sou um ateu a traduzir a Bíblia. Serei sempre, até ao último segundo da minha vida, um apaixonado por esse judeu chamado Jesus de Nazaré”[1].
Muitos anos antes, numa entrevista de 1978, Eduardo Lourenço mostrou a verdade da nossa condição, na própria referência cristã: “Cristo é o momento (sem limite de tempo) em que a humanidade tomou forma humana. (…) Foi crucificado, não por querer ser deus, mas por ensinar o que era ser homem. Dois mil anos passaram sem que esquecêssemos nem aprendêssemos a lição”[2].
Num belo livro, traduzido por José Sousa Monteiro, deparo com a confissão do marxista Milan Machovec:
“O coração duma freira desconhecida que se dedica a uma criança incurável, só poderia ser substituída por uma teoria da história, por um estúpido e um idiota (…) Pessoalmente, não me traria grande desgosto o facto da religião acabar. Mas se tivesse de viver num mundo no qual Jesus fosse inteiramente esquecido, então preferia não continuar a viver”[3].
Como escreveu o dominicano E. Schillebeeckx, para Jesus, a história dos seres humanos é a narrativa de Deus acolhido ou recusado[4].
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2. Para o imaginário do Evangelho de S. Lucas, a festa do nascimento de Jesus aconteceu
  • num curral iluminado pela luz do céu,
  • acompanhada pela música dos anjos
  • e rodeado de pastores e estrangeiros.
Tudo aconteceu à margem do Templo de Jerusalém e dos palácios imperiais. Aliás, Jesus com o comércio do Templo teve uma relação muito agreste e só conheceu os palácios quando estava a ser julgado e condenado à pena capital. A sua coroa foi de espinhos e o seu trono foi uma cruz.
Esta apresentação testemunha um profundo contraste, mas pode cair na perversão do próprio Evangelho de Cristo, sugerindo que Jesus
  • veio sacrificar-se
  • e semear mais sacrifícios no mundo.
Porque será mantida a cruz como símbolo cristão, quando o que Jesus procurava era, precisamente, descrucificar?
A minha hipótese de interpretação é outra, bastante simples, mas que importa explicar. A cruz, a sentença de morte mais bárbara e cruel, fazia parte do mundo que Jesus queria mudar. Então, por que continua a funcionar como um símbolo cristão, quando ela é anti-humana, anticristã?
Ao contrário do que se repete há séculos, Jesus Cristo não desejou nem santificou a cruz. Alterou-lhe, porém, a significação de forma radical. Foi-lhe imposta, num julgamento iníquo, por ele recusar trair o seu projecto. Tornou-se, deste modo, o símbolo da fidelidade inquebrantável, o signo da extrema generosidade. A presença de sinais da cruz, desde o baptismo até à morte, diz que é preciso dizer não à crucifixão da vida e dizer sim à generosidade libertadora, no dia-a-dia.
Tudo isto vem confirmado no trecho do Evangelho escolhido para a celebração da Eucaristia, do passado dia 6: estava Jesus sentado junto ao mar da Galileia e uma grande multidão veio ter com ele e lançou-lhe, aos pés, coxos, aleijados, cegos, mudos e muitos outros[5].
Se o mestre fosse um pregador de sacrifícios dizia-lhes: estais mal? Ainda bem. Assim podeis santificar-vos e, um dia, sereis muito felizes no céu.
  1. Jesus não acreditava nessa mística. Curou-os e organizou, com pouca coisa, um grande banquete popularA multidão ficou admirada ao ver os mudos a falar, os aleijados a ficar sãos, os coxos a andar, os cegos a ver e todos a comer até sobrar.
Poder-se-á dizer: porque não deixou a fórmula? Seria uma alternativa muito barata dos serviços de saúde, públicos e privados. Mas ele não veio para nos substituir.
Já na apresentação do seu programa, em Nazaré, ficou claro que o mundo tinha de começar mesmo a mudar. Deus não podia ser o da ira de Iavé, mas o da pura graça do amor. Diz a narrativa evangélica que, nesse momento, os seus conterrâneos o julgaram um subversivo e, por isso, quiseram acabar logo com ele[6].
Os seus comportamentos eram, de facto, estranhos: andava em más companhias, com quem comia e bebia, a ponto de lhe chamarem “comilão e beberrão”; aceitou o convívio de mulheres que não eram todas exemplos de virtude; violava, sistematicamente, o Sábado – o dia mais sagrado da sua religião – com curas que bem podia fazer noutros dias[7].
Não deixou fórmulas ou receitas que pudessem ser transformadas em rituais. A sua prática é um desafio à imaginação de todos os homens e mulheres, de todos os tempos, a usarem os seus talentos, as suas capacidades, não para cavar distância entre ricos e pobres, mas para as eliminar, pois, não suporta ver uns à porta e outros à mesa, uns em banquetes requintados e outros na miséria[8].


Frei Bento Domingues

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

NÃO MAIS O DEMÔNIO...

Em busca de Jesus de Nazaré

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 Eduardo Hoornaert -3/12/17
 Faz um ano e alguns meses que publiquei pela Paulus o livro ‘Em busca de Jesus de Nazaré: uma análise literária’.
Gostaria de tecer aqui algumas considerações em torno de comentários que recebi acerca desse livro.
1. A primeira coisa que tenho a dizer é que se trata de um trabalho inconcluso, provisório. Não só porque aí me limitei a trabalhar com três escritores,
  • Paulo,
  • o anônimo da Carta aos Hebreus
  • e Marcos, ou seja,
com a primeira literatura da tradição cristã, situada entre os anos 50 e 70 e deixei de lado os Evangelhos de Mateus, Lucas ou João, mas também porque meu livro nem de longe se compara com dois livros recentemente publicados:
  • ‘Zelota’, de Reza Aslan, publicado pela Zahar do Rio em 2011
  • e Jesus, aproximação histórica’, do sacerdote católico J.A. Pagola, publicado pela Vozes de Petrópolis em 2010.
Dois livros admiráveis, eu diria necessários e por enquanto não superados, pelo menos no que sei sobre o assunto.
  • Enquanto Aslan trabalha a fundo, baseado em estudos de vinte anos, a dimensão política da ação de Jesus,
  • Pagola revela aspectos importantes da ação de Jesus, pouco comentados na literatura corrente, como por exemplo a crise entre João Batista e Jesus (capítulo 3: buscador de Deus).
Penso que esses dois livros constituem leitura obrigatória para quem quiser hoje se aprofundar no conhecimento de Jesus numa visão história.
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2. Se meu livro contém alguma originalidade, é no método utilizado, como consta no subtítulo: ‘uma análise literária’.
Deixe-me explicar em poucas palavras o que entendo com isso. A convicção da necessidade de submeter os evangelhos a uma análise literária que só me veio por volta do ano 2000, quando eu já tinha 70 anos. Eis como se passaram as coisas comigo. Em 1975, Michel de Certeau, jesuíta francês, passou por Recife e se encontrou conosco durante três dias.
A questão, para nosso pequeno grupo de pastoralistas, era a religiosidade popular e nosso visitante, num determinado momento, disse, como de passagem: ‘se você quiser entender o discurso do povo, leia Wittgenstein’. Essa frase ficou 25 anos anotado em meus apontamentos, sem que lhe desse importância.
Em 2000, pensando em escrever sobre Jesus numa perspectiva histórica, me dei conta que os evangelhos são ‘discursos do povo’. Aí me meti a ler Wittgenstein, durante três anos.
Ele é, com outros famosos filósofos do século XX (Foucault, Chomsky, Ricoeur, Bakhtin), um linguista. A obra principal de Wittgenstein (Investigações filosóficas, Vozes, Petrópolis, 2005, 4a ed.) se apresenta como um álbum de 693 aforismos aparentemente desconexos, frases soltas, uma ‘paisagem variada’ de considerações em torno do conhecimento.
Wittgenstein tem algumas metáforas que esclarecem o que ele pensa acerca do tema.
  • Ele compara as pessoas a moscas dentro de uma garrafa aberta. Voam de lá para cá sem encontrar a saída.
  • Numa outra imagem, ele as compara a pessoas que andam perdidas num labirinto. Há uma saída, mas as pessoas não a encontram.
  • O filósofo usa também a imagem da neblina: as pessoas não enxergam com clareza de que se trata quando ouvem discursos. Ficam andando para lá e para cá.
  que a maioria dos discursos são produzidos para enganar as pessoas e as meter dentro da garrafa, do labirinto, da neblina (isso foi escrito nos anos 1940 e encontra plena confirmação em nossos dias). Daí o subtítulo de meu livro: ‘uma análise literária’.
Basicamente um trabalho de aprendiz, discípulo tardio de Wittgenstein. Ao descrever aqui como foi meu caminho,
  • não quero dizer que precisa seguir algum filósofo linguista para entender os evangelhos,
  • mas, isso sim, que precisa ‘dissipar a neblina’, ‘sair da garrafa’, ‘encontrar a saída do labirinto’.

3. Atualmente, a bíblia é um labirinto para muitos, um mundo de errâncias confusas, para lá e para cá, em textos e citações, sem saída. O pregador retira um texto de seu contexto e o comenta a seu entender. As pessoas vão para casa com alguma frase na cabeça, uma citação bíblica, uma ‘palavra de Deus’. Mas permanece a neblina que não se dissipa. É o fundamentalismo. Meu livro é antes de tudo uma alerta diante o perigo fundamentalista.
 Como escrevi na apresentação do livro, dirigida à editora, já em 2015: ‘A curto ou médio prazo, o tema do fundamentalismo entrará na agenda daquelas igrejas cristãs que manifestem uma responsabilidade mínima no tocante à boa orientação de seus fiéis. O que se verifica hoje é uma maré de interpretações irresponsáveis e injustificadas da bíblia, que ameaça inundar por inteiro os campos confessionais e transformar o cristianismo num movimento entregue a interesses particulares. 


Há de se estabelecer algumas regras básicas de interpretação de textos bíblicos, que respeitem
  • o contexto em que esses mesmos textos foram redigidos,
  • assim como as intencionalidades próprias de seus escritores e as culturas dentro das quais se formam os discursos.
Existe uma diferença fundamental entre
  • uma interpretação bíblica totalmente à toa, que parece estar em voga hoje,
  • e uma interpretação que, de qualquer modo, se assenta em análises literárias e históricas justificadas. 
Neste ensaio de análise literária dos três primeiros escritos do movimento de Jesus se apresentam algumas pistas de leitura justificada, que eventualmente podem servir para a leitura de textos bíblicos em geral’.
 
4. Termino essas considerações com um pequeno exercício em análise literária. Proponho que leiamos um trecho do capítulo 12 do Evangelho de Lucas, considerado difícil por muitos exegetas. Lembro que uma análise literária implica no reconhecimento da cultura dentro da qual um discurso é pronunciado. Ora, nas culturas semitas do tempo de Jesus, as pessoas acreditavam que ‘sopros malvados’ ou ‘sujos’, demônios, forças do inferno, etc. atormentavam as pessoas, causando doenças e sofrimentos.
Se Jesus aparece, nos evangelhos, como um bem-sucedido exorcista e milagreiro, é dentro desse enquadramento cultural. No texto que estamos examinando, Jesus exclama:
eu vim derramar fogo sobre a terra e gostaria tanto que pegasse logo. Tenho de ser batizado num (novo) batismo e me atormento, pois não vejo a hora disso acontecer. Vocês pensam que vim trazer a paz sobre a terra? Nada disso. Eu trago a desunião. Doravante, se cinco pessoas moram numa casa, elas estarão divididas, três contra duas ou duas contra três. Pai contra filho e filho contra pai, mãe contra filha e filha contra mãe, sogra contra nora e nora contra sogra (Lc 12, 49-53).
O que ele quer dizer com isso? O versículo 57 oferece uma interpretação plausível: por que vocês não descobrem o que é certo por vocês mesmos? Por que correm atrás de mim? O filho pensa pela própria cabeça, mas o pai ainda pensa pela cabeça de outros. Daí a confusão. Em grego, o verbo aqui é ‘krinein’:pensar criticamente, julgar de forma independente.
Trata-se de
  • uma capacidade de discernimento que não vem de fora,
  • mas de dentro, da consciência. Para além das imagens transmitidas.
 Penso que esse texto de Lucas faz alusão ao turbilhão de imagens que assaltam a mente de Jesus quando ele entra em contato com muitos de seus conterrâneos, que parecem ficar fascinados com os espíritos maus que rondam pelo mundo,
  • os demônios das sete profundezas subterrâneas,
  • os dragões,
  • as serpentes,
  • os monstros,
  • as maldições,
  • as perturbações assombrosas,
  • as máscaras de chifres ameaçadores,
  • os carrascos,
  • os tiranos do mal,
  • os ‘divisores’ (diabolos),
  • as turvações,
  • as perturbações,
  • as dissoluções,
  • as tiranias,
  • a cauda que varre o mundo,
  • os morcegos que chupam a vida,
  • as unhas que arranham todo sinal de vida,
  • as presas enormes,
  • o sol negro,
  • as trevas de Lúcifer (o anjo carregado de levar a luz vira o príncipe das trevas), o adversário, os maus pensamentos, a desordem na consciência humana, a enganação, o demônio infiltrado na história.
Jesus, desde o momento em que manda Satanás ficar calado (Mc 1, 23-28) no episódio na sinagoga de Cafarnaum (o primeiro milagre), desafia imagens que tanto ele como seus ouvintes receberam desde a infância: o Satanás, as forças do mal, os demônios. Jesus vê Satanás ‘cair do céu que nem um relâmpago’ (Lc 10, 17-18). Ele diz: ‘sai, Satanás’ (Mt 4, 10), ‘vai embora, Satanás’ (Mt 16, 23). Não liga para Satanás.
Ao mesmo tempo em que
  • ouve os lamentos do povo,
  • Jesus enxerga a luz,
  • a boa mensagem da luz,
  • o evangelho.
Ele passa por um processo, depois de abandonar os trabalhos com João Batista. Começa a enxergar os anjos, mensageiros de Deus, guardiões da vida, condutores de astros e homens, protetores dos filhos de Deus. Abandona o turbilhão de demônios e ‘sopros imundos’. 
  • Enxerga Miguel, Gabriel, Rafael, os protetores da vida,
  • enxerga os serafins em torno do trono de Deus, como Isaías,
  • descobre os anjos da guarda a proteger as pessoas.
Aparece uma nova visão do mundo, uma boa notícia para os pobres, marginalizados e rejeitados da terra, um evangelho, a conversão de demônios em anjos. O batismo de João está superado, pois fica baseado na falsa premissa da luta
  • entre o bem e o mal,
  • entre a virtude e a maldade,
  • entre os anjos e os demônios.
A nova premissa consiste na conversão de demônios em anjos, da maldade em bondade.
  • Vocês escutaram: olho por olho, dente por dente. / Mas eu digo: não resistam ao mal.
  • Alguém lhe bate na face direita? Ofereça a outra. 
  • Alguém lhe tira a túnica? Dê-lhe também o manto.
  • Alguém o obriga a carregar suas bagagens ao longo de uma légua a pé? Ande duas.
  • Vocês ouviram: ame seu próximo e odeie seu inimigo. / Mas eu digo: ame seu inimigo, reze por quem o persegue. Assim você será filho do Pai que está nos céus.
  • Que mérito há em amar os que nos amam? / É assim que amam os fiscais de impostos. 
  • Ajam como devem agir, assim como seu Pai nos céus age como deve ser (Mt 5, 38-48)
Há de se abandonar João Batista, o profeta das calamidades, e pregar o Reino de Deus, a boa notícia do Reino que vem. A proposta não é mais religiosa, mas humanitária:
Vejam:
  • cegos veem,
  • coxos andam,
  • leprosos são purificados,
  • surdos ouvem,
  • mortos ressuscitam.
Uma boa notícia aos pobres. Feliz aquele que não se escandaliza comigo(Mt 11, 5).
Desaparece o demônio, aparece um Deus que perdoa sempre. O Deus de Orígenes e de outros Padres das primeiras gerações. Jesus se diferencia radicalmente de qualquer religião. Não se baseia
  • no sagrado,
  • na autoridade de uma lei ou tradição,
  • mas na ação libertadora,
  • na ação evangélica do perdão, da misericórdia, do diálogo, da superação das diferenças.
Não se baseia na religião, mas no evangelho. A nova lei é a do amor, exercida a partir da própria consciência do indivíduo guiado pelo mandamento do amor de Deus e do próximo que ‘resume toda a revelação’. Não se trata mais de adorar a Deus, mas de amar o próximo. Nele consiste doravante o absoluto de Deus. O amor torna-se ‘o princípio da salvação’. Não se trata mais de se dedicar a Deus, mas dTe se dedicar ao próximo.
 
Eduardo Hoornaert