Texto:Professor Luciano Matias
O ser humano tende, por sua natureza, a ser egocêntrico. Buscar benefícios para si mesmo é normal. Procurar conforto e prazer na vida é normal. O que não é normal é não pensar também nos outros. Somos, segundo Aristóteles, animais políticos e sociais, portanto vivemos em sociedade e precisamos aprender a pensar coletivamente.
Um grande compositor e intérprete da MPB, Raul Seixas, cantava; "Sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só, sonho que se sonha junto é realidade". Pena que existam pessoas que só enxergam o próprio umbigo, até sonham, mas seus sonhos são sempre individuais, partem de si para si mesmo;não conseguem perceber o outro.
O verdadeiro sonho deve ser o da inclusão de todos nos processos decisórios, o da luta por igualdade social e econômica, o da preservação da vida, o da felicidade de todos o da justiça e da paz,que surgem quando a prioridade é a busca da dignidade humana para todos.
Interesses pessoais são legítimos, mas se eles ultrapassam o senso de humanidade ele é ilegítimo. Quando todos são esquecidos e apenas o "eu" é lembrado, não existe espaço para o coletivo e o sonho de um,torna-se pesadelo de todos os outros.
Jesus Cristo, sendo Deus,quis formar comunidade; aliás, o próprio Deus em sua imanência é comunidade, comunhão. O Sonho de Deus é coletivo.
Uma sociedade mais justa e fraterna, onde todos estão na mesma mesa e usufruindo dos mesmos dons físicos e intelectuais, só pode ser conquistada pelo sonho coletivo.
Quem coloca seus interesses pessoais, legítimos, acima de tudo e de todos, deixando à margem vários outros sonhos, está se desumanizando e distanciando-se do sonho de vida em abundância para todos.